De Espanha ventos quentes e monumentos lindíssimos: Jerez de los Caballeros
Este passeio podia inserir-se na rubrica "Cláudia e os castelos templários", uma vez que já tenho a minha quota de passeios por locais cuja história está, de algum modo, ligada aos Templários, como Tomar, Almourol, Castelo Novo, Dornes, ...
No entanto, desta vez, decidi ir um pouco mais longe, até terras de nuestros hermanos, até à vila raiana de Jerez de los Caballeros. Curiosamente, se estivéssemos em 1329, não estaria em Espanha, mas sim em Portugal.
Jerez de los Caballeros terá sido fundada por povos fenícios nas suas muitas viagens até à Península Ibérica para transações comerciais, mas foi durante o período de ocupação romana que concentrou mais pessoas, bens e vida pelas suas ruas.
Todavia, é ao entrar na Alta Idade Média que se encontram mais vestígios e monumentos por Jerez de los Caballeros, como a Igreja de Santa Maria da Encarnação, mandada construir em 556.
O castelo será de edificação muçulmana, mas os seus atuais vestígios são atribuídos ao período após 1230, com a sua conquista aos muçulmanos e ao curto período de ocupação de Jerez pela Ordem dos Templários, até à extinção das ordens religiosas.
Reza a lenda que os templários resistiram e que no fim da luta todos os cavaleiros morreram degolados, o que deu o nome de Torre sangrenta a um dos baluartes da muralha de Jerez, onde hoje ondula ao vento a bandeira templária.
O casario de Jerez e as suas 5 emblemáticas torres.
Esta é também uma cidade de ilustres nomes como os navegadores Vasco Nuñez de Balboa ou Pedro Portocarrero.
Igreja de São Miguel Arcanjo, localizada na Praça de Espanha, centro de Jerez de los Caballeros. Esta igreja tem a sua referência mais antiga em 1463, no entanto a sua torre, com 64 metros, foi construída entre 1749 e 1756, por autoria de Juan Alfonso de Ladera. Curiosamente, esta igreja viu a sua estrutura fortemente afetada pelo terramoto de 1755, com exceção da torre.
Tem um estilo barroco andaluz, com a utilização de elementos de tijolo de "burro"/ ladrilhos, na sua decoração (que se vê em muitos edifícios de Jerez) e fachada gótica. No topo da torre, uma estátua de São Miguel Arcanjo.
Uma das igrejas de maior destaque, e das mais bonitas que vi até agora, é a Igreja Paroquial de São Bartolomeu, que se destaca pelo seu colorido na fachada e torre campanária.
A sua construção terminou em 1508 e tem um estilo profusamente barroco andaluz, combinando, a pedra granítica, o tijolo de "burro" (ou ladrilho) com a cerâmica com vidrado azul e azulejaria nas mesmas cores.
Nesta igreja encontram-se os restos mortais do navegador Vasco Nuñez de Balboa.
Fotos tiradas por mim, com e sem tripé.
Local: Jerez de los Caballeros, Badajoz, Espanha