Perder um animal de estimação...
Faz hoje um ano que a minha gata Maria partiu e, se ao mesmo tempo parece que já passou tanto tempo, também me parece que foi ontem.
A dor amainou, mas tanto me lembro dela com muita alegria recordando as suas brincadeiras e parvoíces, como me dói muito recordar esse dia e a falta que ela me faz.
Perder um animal de estimação é extremamente difícil. Quem os considerar parte da família (acredito que ainda há quem não os considere) sabe bem a dor que é quando eles partem, mesmo sabendo que o natural será partirem antes de nós. Custa mesmo muito, especialmente quando a sua morte não é esperada, quando é demasiado cedo.
A minha primeira gata, Princesa, morreu com 15 aninhos, naquilo que era já uma morte esperada. Custou-me também muito, mas já me preparava para isso havia uns anos, pelo que talvez me tenha custado menos.
A Maria, para além de ser uma gata diferente do típico gato (costumo dizer que tinha um feito dócil de cão), morreu durante uma operação cirúrgica. Tinha medo, mas tive sempre esperança que corresse tudo pelo melhor. Não correu.
Hoje, um ano depois, escrevo sobre ela novamente, e novamente com lágrimas nos olhos.
Este foi o texto que lhe escrevi há um ano atrás:
«Partiste cedo de mais meu amor! O meu coração está tão triste e tão pequenino agora... Não sei bem o que fazer!
O teu coração cheio de amor não aguentou as vicissitudes e traumas de uma operação!
Tenho de te deixar ir, eu sei... Mais do que toda esta tristeza (que é tanta meu Deus!), só consigo pensar "Bolas" Que sorte eu tive! Que sorte eu tive em ter-te na minha vida!". Tu escolheste-nos, eu não sei bem porquê, mas estou tão feliz por isso!
Meu bombom recheado, foram nove anos só de felicidade, para mim e para ti, porque eu sei que foste muito feliz, e nós fomos tão, mas tão felizes contigo!
Minha bonequinha, tu mudaste por completo tudo aquilo que eu conhecia dos gatos, mesmo após 15 anos com a minha outra gatinha Princesa!! Fizeste com que muitos dos meus amigos gostassem de gatos, e eles adoravam-te!!
Tu brincavas comigo às escondidas e adoravas palmadinhas nesse rabiosque gordinho empoleirada nos primeiros degraus das escadas.
Enjoavas nas viagens de carro, nunca me hei-de esquecer das peripécias que foram as nossas primeiras viagens!
Parecias um cavalinho a correr quando estavas com as tuas doidices!
E davas miminhos como ninguém, com as tuas turrinhas, o teu ron-ron super alto e o teu "pruu"!
O que tu adoravas o sol e dormir de barriga para o ar, como um franguinho assado, como até então apenas tinha visto em fotos de outros gatinhos pela internet!
A casa está vazia sem ti, meu 'montinho de guerdura'... Faltas em todos os sítios onde costumavas estar, dormir ou esperar por nós. Sinto falta desse olhar estrábico cheio de ternura, desse focinho rechonchudo sempre à espera de beijocas e festas.
No entanto, eu sei que estás bem aí no céu dos gatinhos! Não sejas casmurra e faz amiguinhos entre os outros gatinhos! Tenho a certeza que também há por aí pessoas para cuidar de todos vocês! Vai ter com elas e dá miminhos! Elas vão fazer-te muitas festas, de certeza! Tu adoras pessoas!
Tenho também a certeza que têm aí peixinho cozido, como tu gostas, e as tuas latinhas preferidas, as de franguinho.
Eu própria, se puder, serei voluntária no céu dos gatinhos e iremos encontrar-nos novamento, prometo! Não me esqueças meu amor, mas agora tenho de te deixar partir!
Eu fico bem, a dor vai acabar por passar com mais tempo! Prometo!
Beijocas fofas nessas bochechinhas!»
Ainda assim, a vida continuou e uma coisa que aprendi sobre mim, sobre nós lá em casa, é que não conseguimos viver sem um animal de estimação. Por mais dificuldades que tenhamos, há um vazio que é preenchido com o carinho, a ternura, as patifarias de um outro gato (no meu caso, sou uma pessoa mais de gatos, embora também adore cães!).
Esta é a Molly. Era suposto ser "estagiária", mas passou a "efectiva"!
Não sei como vai ser este fim-de-semana quando fizer a primeira árvore de Natal da sua vida... Não prevejo nada de bom